domingo, 11 de abril de 2010

Mais propaganda

Depois de uma sugestão de video que a Helen fez resolvi voltar a escrever sobre propaganda.
O vídeo em questão é este logo abaixo um Pato Donald feito na medida para atacar a Alemanha nazista durante a II Guerra Mundial:



Mas a Disney sempre trabalhou muito bem a serviço da ideologia estadunidense. A popularidade dos personagens, a universalidade da linguagem do desenho animado e a facilidade de "educar" desde cedo para os valores da América.
Se os nazi-fascistas descobriram o poder da propaganda é indiscutível que todo mundo aprendeu a lição rapidamente.
Após a II Guerra, num contexto que já sinalizava para a Guerra Fria, a Disney ofereceu seus serviços em prol das relações de boa-vizinhança dos EUA. Assim, foram criados uma série de desenhos reunidos sob um nome amplo de "Alô, amigos!". Os personagens da Disney iriam viajar pela América Latina para se apresentarem aos "novos" amigos e para "trazê-los" para o universo norte-americano.
O Pato Donald iria conhecer o México, o Lago Titicaca (Peru) e... o Rio de Janeiro, onde faria uma grande amizade, o Zé Carioca! Isso tudo na segunda metade da década de 1940 e seguinte. Ao mesmo tempo o Brasil se aproximava política e economicamente dos EUA. Um serviço muito bem feito.


A culpa é do samba este ritmo lascivo e envolvente...


Pato Donald + cachaça + paixão por mulheres

Mas tem muito mais. Por exemplo, o Pateta como gaúcho argentino.
Fiquem à vontade para procurar no YouTube.

4 comentários:

  1. Boa tarde professor

    Como comentei na aula de hoje, aqui está o link para a versão em desenho animado de "Animal Farm" baseado no livro homólogo de George Orwell, um grande exemplo de propaganda anti-comunista na guerra fria.
    http://www.youtube.com/watch?v=NZldlyeR8DU

    ResponderExcluir
  2. Gabriel,
    Obrigado pelo link, o desenho é realmente ótimo, assim como o livro.
    Mas gostaria de fazer alguns apontamentos ao que você comentou.
    O "Animal Farm" ou "Revolução dos Bichos", no Brasil, foi lançado em 1945 na Inglaterra. Seu autor, George Orwell havia lutado contra as tropas franquistas na Guerra Civil Espanhola e era ativista político ligado ao trabalhadores marxistas e trotskistas. Portanto, ele não era anticomunista, mas sim antistalinista. Seu livro, uma sátira ácida e feroz, é contra a ditadura de Josef Stalin na Rússia e não ao comunismo em geral.
    O curioso é que o livro acabou servindo para muitos anticomunistas como exemplo de que o chamado "comunismo real" era apenas mais uma ditadura.

    Abraço

    ResponderExcluir
  3. Adoro o modelito do Carioca! Porque afinal de contas, no Rio, o agradável mesmo é usar terno branco e chapéu. Muito fino¹! Mais fiel que isto, só mesmo a família Miranda representando o Brasil... E essa cachaça/vinho é excelente! Certinho, Disney! haha.

    O legal é que funcionou! "Um serviço muito bem feito".


    ¹ http://www.youtube.com/watch?v=7fVyckW2ljs

    ResponderExcluir
  4. Helen,

    O que a Disney fez foi utilizar um esterótipo que, para bem ou para mal, é facilmente reconhecido por ser plástico. O esterótipo fica sempre no campo do "não é todo mentira, mas também não é todo verdade".
    A figura do malandro carioca de terno branco de fato existiu (ou existe?). Por razões religiosas e práticas o "terno" foi utilizado. Para as religiões afro-brasileiras a vestimenta branca é muito importante, além de existirem rituais que proibem o uso de certas cores. E, por sua vez, o paletó era um padrão europeu de vestuário largamente disseminado entre as classes mais ricas até a década de 1960. Foi a juventude "calça jeans" que derrubou a onipresença do terno. Assim, para seguir a tendência (mas mantendo sua identidade) e para suportar o calor dos trópicos, o terno branco foi adotado pelo "malandro".

    ResponderExcluir

Segundo o dicionário, liberdade de pensamento é o "direito que cada um tem de expor suas opiniões, crenças e doutrinas", e este direito é garantido aqui. No entanto, qualquer comentário sexista, racista ou de algum modo ofensivo será apagado.