terça-feira, 5 de outubro de 2010

Para ler e refletir

Da Folha de S. Paulo do dia 4 de outubro:

Escolas e colegas são hostis a alunos e alunas homossexuais, aponta pesquisa
As escolas brasileiras são hostis aos homossexuais e o tema da sexualidade continua sendo pouco discutido nas salas de aula. Essas são as principais constatações da pesquisa Homofobia nas Escolas, realizada em 11 capitais brasileiras pela organização não governamental Reprolatina, com apoio do Ministério da Educação.
(Continua AQUI)

Não sei vocês, mas não fiquei surpreso, nem um pouco surpreso. Iaí, alguém encara a reflexão?
Apesar de não ter sido dito na matéria do jornal, arrisco dizer que a postura geral é "se eu não falo sobre algo, logo o 'problema' não existe" e isso serve para qualquer assunto...

2 comentários:

  1. Erik,

    Tal absurdo não é nenhuma novidade. O preconceito é tão escancarado e ao mesmo tempo escondido em nossa sociedade que se torna, ao mesmo tempo, um problema visivel a todos mas invisivel às autoridades.
    A minha impressão é que quando voce está inserido no meio social, no mesmo nivel em que a situação ocorre é facil notar o fato. Estou cansado de ver preconceito e bullying contra alunos mas, não vejo nenhuma atitude sendo tomada por nenhum responsavel.Parece que, o cargo elevado dos que deveriam investigar e evitar o Bullying é o limitante, é o que impede o responsavel de ver e, consequentemente, impedir tais atos.
    Imagino que saí do tema, visto que a reportagem se refere especificamente ao Bullying ao Homossexual, mas a violencia não ocorre apenas contra esse grupo.
    Mesmo em um colégio como o nosso, com ideais, em teoria, igualitarios e de apoio ao proximo, a situação do Bullying é muito frequente e, aparentemente, não há ninguem para orientar os casos particulares, os educadores se limitam a visões gerais em projetos de grupo que, na minha opinião, não tem tanto efeito quanto o acompanhamento caso a caso.
    É vergonhoso, para o nome de um Colégio como o nosso, e para a filosofia Jesuita proposta, que casos como esses ocorram. Se a solução é, realmente maior participação dos educadores, então que eles tomem as rédeas da situação, e observem, interferindo, sem que a vitima tenha que pedir auxilio diretamente, visto que algo que percebi desde que comecei a conviver no ambiente escolar é que as chamadas "vítimas" raramente buscam apoio de cordenadores e orientadores.

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  2. Krisman,
    Eu não deixo de concordar com você, só penso em ampliar um pouco este círculo. Se considerarmos o alvo do preconceito como "agredido" e o preconceituoso como "agressor" - já que não é outra coisa senão agressão, de fato - que nome damos aos que testemunham a agressão e não poucas vezes se "divertem" com ela? Isso vale para o bulling ou a homofobia.
    Temos certas "autoridades" que devem zelar pela boa conduta na escola? Sim, é verdade. Temos professores, coordenadores e inspetores. Fora da escola temos a polícia e a justiça. Ok. E em todos os casos se não há denúncia não há "crime". Ou seja, além do "agressor" e do "agredido" temos ainda o indivíduo OMISSO e, logo, CÚMPLICE do "agressor". Tanto o silêncio quanto o riso reforçam a agressão no meio escolar e dificultam ainda mais o conhecimento do caso.
    Creio que o excessivo individualismo da nossa sociedade e o traço cultural brasileiro que coloca o delator como algo extremamente condenável. Já pensou em quantos sinônimos temos para delator? Dedo-duro é apenas o mais leve.
    E mesmo sem pensar em denunciar, eu nunca vi, nem nos meus tempos de escola, um colega de sala virar para o agressor e dizer: Chega! Isso já não é mais brincadeira, deixe fulano(a) em paz!
    Só as autoridades são responsáveis? Eu não sou responsável pela rua onde moro? Pelo bairro onde moro? Pelo ambiente no qual trabalho?
    "Nenhum homem é uma ilha".

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