quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O que um "burro" nos ensina

Vereador diz que professores são inúteis e causa polêmica em SP

A notícia acima me foi enviada por Krisman, um ex-aluno. A pergunta, um bocado indignada, era o que fazer com um indivíduo que declara com todas as letras, via redes sociais, que: "os professores são inúteis e que não gostam de dar aula".
Em sua defesa, o vereador afirmou que apenas estava sendo sincero e manteve sua posição. Os professores, por sua vez, o acusam de injúria e ameaçam processá-lo.
Na matéria que foi veiculada pela TV Globo fiquei impressionado com o vereador. Seu nome político é "Dario Burro", mas ao contrário do que eu esperava, o "Burro" é muito bem articulado, fala e escreve com clareza e não tem qualquer pudor em confirmar as declarações que fez.
Em suas declarações há toda sorte de clichês e generalizações: professor só pensa em salário, só quem é rejeitado pelo mercado vira professor, professor não gosta de aluno que vai na aula em emenda de feriado, professor adora palestra na escola porque é desculpa para não dar aula, etc.
Mas o interessante é pensar na repercussão que o "Burro" conseguiu. A indignação foi geral, tanto entre os professores de Jacareí, onde o nobre cidadão é vereador, como entre a população intrevistada. Concordo que tudo o que ele disse é um absurdo, em especial por partir do princípio que mau trabalhador há em qualquer profissão. Tem professor como ele disse? Tem. Mas também tem médico, advogado, engenheiro, etc. A diferença está na crise de auto-estima pela qual passa a profissão de professor. Se quase todo mundo reconhece o valor da educação, são poucos os que pensam em valorizar de fato a carreira que se dedica à formação dos cidadãos.
O infeliz foi certeiro. Sabia onde e quem atingir. E sabia qual resultado geraria. Quem é "Burro"?
Por outro lado, ele foi eleito de modo que se trata, na pior das hipóteses, de um efeito colateral da democacria. Se ele exerce um cargo público eletivo, quem é "Burro"? Resposta simples: quem votou nele!

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