quarta-feira, 16 de maio de 2012

Caça às bruxas

De tempos em tempos a cultura ocidental (digo isso por não conhecer muito bem a história oriental) procura exterminar seus medos fisicamente e elege, para isso, um bode expiatório. Para os nazistas os judeus representavam a encarnação de todos os males possíveis, o que justificaria o injustificável: o holocausto. No pós-guerra, com o advento da Guerra Fria, os novos bodes ou, neste caso, as bruxas a serem caçadas, eram os comunistas. Na verdade, nem precisava ser comunista, bastava parecer comunista ou, simplesmente, discordar um pouco do pensamento hegemônico. Este cenário foi particularmente intenso na "terra da liberdade e da democracia", os EUA.
O Spartacus original
Entre os anos 50 e 60 viu-se uma escalada de desconfiança e perseguições a supostos comunistas "infiltrados" no seio da democracia estadunidense: investigou-se e prendeu-se milhares de funcionários públicos, professores, jornalistas, políticos e artistas de esquerda ou críticos da política norte-americana. Comandada pelo senador Joseph McCarthy - daí chamarmos o período de macartismo - a caça às bruxas expurgou Hollywood.
Esta semana o veterano ator Kirk Douglas (95 anos!) manifestou-se a respeito por ocasião do lançamento de seu décimo livro:
O ator Kirk Douglas lançou um livro no qual contou as dificuldades que enfrentou durante a produção do filme "Spartacus", de 1960, época em que o senador Joseph McCarthy perseguia os cineastas americanos, acusados por ele de comunistas em sua caça às bruxas aos movimentos de esquerda no período da Guerra Fria.
"A caça às bruxas destruiu vidas e carreiras. Eu fiz 'Spartacus' com um roteirista que estava incluído na lista negra e que teve que se esconder sob um pseudônimo para encontrar trabalho", explicou nesta segunda-feira (14) Douglas em um comunicado por ocasião da publicação no próximo mês do livro "Sou Spartacus!".
A estrela de Hollywood lembrou que realizou um filme épico sobre a liberdade numa "época na qual a liberdade nos Estados Unidos estava em perigo", e disse ver semelhanças entre o período e o clima político atual, motivo pelo qual resolveu escrever sobre a produção da obra.

Notícia completa AQUI.

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